Museu
do Mato
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Surgido em 2014 como uma obra artística, o Museu do Mato foi aos poucos expandindo-se enquanto experimentação e conceito, tornando-se um coletivo de arte e museologia interessado em articular noções ligadas à memória, ciclos naturais e ancestralidade. Com sede na comunidade do São Pedro, área rural da Chapada Diamantina na Bahia, entre Mucugê e Guiné, o projeto ativa práticas artísticas a partir de experiências locais, visando a promoção de uma visão holística que aproxima sociedade, cultura e natureza.

Inicialmente atrelado a ações poéticas e pedagógicas ativadas no Museu de Arte Moderna da Bahia e na Bienal da Bahia, entre os anos de 2013 e 2015, o Museu do Mato hoje se identifica com a ideia de um "para-museu", termo usado pela pesquisadora austríaca Nora Sternfeld para denominar coletivos autônomos mobilizados como laboratórios de experimentação expandidos para além das estruturas institucionais da arte. Embora em conexão com profissionais da produção artística, suas ações encontram-se mais vinculadas ao contexto territorial e aos processos comunitários onde se encontram, do que exclusivamente aos circuitos de visibilidade do campo da arte.

Desde seu surgimento, as atividades do museu têm incluído programas de residência artística, oficinas, debates, visitas a espaços culturais e trocas com comunidades e produtores da região. Nesse sentido, a iniciativa visa legitimar narrativas culturais e artísticas de caráter local, promovendo reflexões sobre natureza, temporalidade e transmutação, bem como apostando em exercícios de lida com a terra, na produção sustentável de alimentos, na recuperação de técnicas tradicionais e na valorização da memória como motor para o pensamento crítico e para ativação artística.